Tratamento da obesidade: conheça os principais procedimentos e indicações

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Estar acima do peso não é um problema que afeta apenas a autoestima. É preciso que o tratamento da obesidade seja encarado de forma séria, como combate a uma doença. Na prática, isso significa que não basta uma dieta da moda, mas, sim, um acompanhamento especializado, o que não necessariamente significa fazer uma cirurgia para emagrecer.

A popularização da chamada bariátrica fez com que muitas pessoas acreditassem que se trata da única forma de vencer a obesidade e a obesidade mórbida. Entretanto, existem outros procedimentos que também funcionam para a perda de peso saudável.

E é sobre quando e como realizar esses diferentes tratamentos que vamos falar hoje. Confira no artigo a seguir!

Como iniciar o tratamento da obesidade

O ponto de partida para qualquer pessoa acima do peso é o diagnóstico. Vale lembrar que, embora nutricionistas e educadores físicos contribuam para esse processo, é o endocrinologista que vai ajudar você a compreender em qual grau de obesidade está.

A questão é que em uma consulta com o médico especializado, não será apenas o seu peso a ser levado em consideração. O profissional vai começar calculando o seu Índice de Massa Corporal, o famoso IMC. A partir desse valor, que é uma proporção entre altura e peso, será possível determinar se você tem obesidade leve, moderada ou mórbida. Mas apenas esse número não será suficiente.

Dentre seu protocolo de atendimento, um endocrinologista inclui pedidos de exames de sangue, por exemplo. É comum que uma pessoa obesa sofra com doenças associadas, como diabetes e hipertensão. É por isso que, na maioria dos casos, não basta simplesmente seguir um cardápio ou partir para a cirurgia. Há muito mais a ser considerado.

O que é preciso levar em consideração no emagrecimento saudável

Sua família é de obesos? Você tenta fazer atividade física e sente câimbras? Já passou mal ao ficar muito tempo sem comer? Esse tipo de pergunta é bastante relevante para determinar o melhor tratamento da obesidade.

É comum, por exemplo, que uma pessoa que sofre com diabetes tenha picos ou baixas glicêmicas, mas nem todas sabem que é um sintoma da doença. E se você não entende como essa informação é relevante para determinar o melhor procedimento, considere que a capacidade de cicatrização de um diabético é alterada. Dessa forma, um procedimento invasivo como a cirurgia bariátrica se torna um risco ainda maior.

Um endocrinologista vai conseguir determinar essas condições. Genética, hábitos, comportamentos, doenças prévias… tudo que envolve seu organismo é essencial para determinar a melhor forma de emagrecer.

Convém dizer, porém, que essa intervenção médica não se limita apenas à fase de diagnósticos.

Qual a importância e os benefícios do acompanhamento médico

Seja sincero. Algum médico já deve ter dito que você é obeso, certo? Era um especialista em emagrecimento? Se a resposta for não, talvez essa seja a razão de você não ter tido resultados. Uma pesquisa publicada pela revista científica Diabetes, Obesity and Metabolism apontou que um dos principais desafios de pessoas obesas é encontrar um acompanhamento de qualidade.

Além disso, o estudo apontou que há uma resistência dos pacientes em compreender que precisam dessa ajuda especializada. Segundo os dados da revista, 8 a cada 10 obesos passam cerca de 6 anos tentando emagrecer sozinhos antes de se darem conta de que não vão conseguir. E só quando chegam aos consultórios ou clínicas de emagrecimento, percebem os benefícios de ter um profissional ou uma equipe multidisciplinar como aliados.

Por meio de exames e análises minuciosas, um médico tem condições de encaminhar para outros profissionais de acordo com as características exatas do paciente. Tendo informações médicas, os benefícios só tendem a aumentar.

Veja exemplos:

  • Melhora na qualidade do sono: com a diminuição do percentual de gordura, em vez de apenas redução no peso, diminuem ou acabam os sintomas da apneia e do ronco;
  • Reeducação alimentar sem risco de efeito sanfona: não basta seguir um cardápio super restrito por alguns dias. Reaprender a comer vai fazer com que a pessoa não volte a ganhar peso;
  • Atividade física acessível e segura: um obeso mórbido não pode subir numa esteira e correr 5km. Com as informações de saúde, será possível determinar um exercício que cause queima calórica de acordo com o organismo da pessoa, nem que isso signifique 5 minutos de caminhada leve;
  • Aumento na disposição: a cada quilo eliminado, o corpo tende a funcionar melhor. A sensação de bem-estar e energia aumenta.

Essa disposição, fruto de novos hábitos, só é obtida por meio de um tratamento que leve em consideração o indivíduo como um todo. Um corpo é diferente do outro, e o que funciona no emagrecimento de uma pessoa não funciona para outra. E pior, pode ser até prejudicial. É por isso que as dietas da moda são tão perigosas.

Quais são os tipos de tratamento para obesidade

Sabe o que também é perigoso? Seguir um procedimento de emagrecimento que não seja adequado para o seu organismo. Tudo bem se o seu vizinho perdeu peso colocando um balão gástrico, mas e se você puder emagrecer sem um procedimento invasivo? E diminuir os riscos de complicações? É importante levar em consideração o que é seguro para seu organismo.

Por isso, para você compreender melhor as formas de tratamento da obesidade, separamos aqui as mais conhecidas!

Medicamentos para obesidade

A obesidade é uma epidemia mundial. Os números de pessoas acima do peso continuam crescendo. E a indústria farmacêutica desenvolveu alguns remédios para ajudar em seu combate. Infelizmente, nem todos são considerados uma boa opção em longo prazo.

Embora medicamentos como Sibutramina, Fluoxetina, Saxenda, Amfepramona e Femproporex sejam eficientes para a redução de peso, há muitos casos em que os efeitos colaterais são bastante sérios. No caso das anfetaminas, há o risco inclusive de vício. Ao longo do tempo, o corpo passa a necessitar dessas substâncias para conseguir queimar calorias. O resultado é tanto de sensação de abstinência quanto de risco de voltar a engordar.

Vale lembrar que os medicamentos nunca são ou devem ser a primeira opção para emagrecer. Médicos especializados costumam avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios de sua ingestão. Há casos avançados em que mesmo com risco de desenvolver distúrbios, os remédios são a opção mais viável.

O mais comum, no entanto, é que a medicação esteja relacionada a outras doenças. Questões hormonais, como alterações na tireoide, causam aumento (ou perda) de peso. Ao estabilizar ou neutralizar o distúrbio, acontece o emagrecimento como consequência.

Cirurgia bariátrica

Esse é um exemplo de avanço da medicina que precisa ser encarado com muita cautela. O primeiro passo é compreender que a cirurgia bariátrica não é sinônimo de emagrecimento fácil. Há quem acredite que basta reduzir o estômago e todos os problemas estão resolvidos. Entretanto, há muito mais para se levar em consideração. O Ministério da Saúde indica, entre seus critérios para o procedimento, que sejam esgotadas todas as outras formas de tratamento antes que essa seja estabelecida.

Em muitos casos, antes de fazer efetivamente a operação, é preciso seguir o que se chama de dieta pré-bariátrica. Ou seja, o indivíduo passa por restrições. Já após o procedimento, é indispensável seguir religiosamente os passos de dieta líquida e pastosa, sempre com porções muito pequenas. Para uma pessoa obesa, esse processo, infelizmente, pode ser torturante. Especialmente porque nem sempre há o acompanhamento multidisciplinar, com ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Em resumo, a cirurgia bariátrica é eficiente no emagrecimento, entretanto, não é uma fórmula mágica. Suas consequências, além da redução de medidas, incluem flacidez, refluxos, déficit nutritivo, entre outros. Assim como a medicação, se trata de uma aliada que um médico especialista só vai indicar em último caso. Até porque se trata apenas de uma intervenção inicial que pode demandar outras. A retirada de pele sobrando ou até mesmo de aderências internas é bastante comum.

Balão intragástrico

É bem provável que você conheça a cantora Marília Mendonça, não é verdade? Antes de engravidar recentemente, ela passou por um intenso processo de emagrecimento. O que muita gente não sabe, porém, é que antes disso, ela colocou um balão gástrico. E retirou meses depois. Em entrevistas, ela relata que viveu um pesadelo enquanto estava com o implante.

O que acontece é que o balão é inserido através do esôfago e deixa o estômago menor. Na prática, o objetivo é reduzir o apetite e aumentar a saciedade. Esse método, mais indicado a partir de IMC de 27, só funciona se for acompanhado de mudanças nos hábitos.

No caso da cantora, o grande problema é que ela passava mal cada vez que comia. Tanto que chegou a ficar mais de uma semana sem conseguir se alimentar, o que levou-a a cancelar shows e optar pela remoção. Ciente de que era o seu comportamento que precisava mudar, Marília fez então uma reeducação alimentar e conseguiu um emagrecimento saudável e menos sacrificante.

É por isso que a colocação de um balão intragástrico também demanda muito cuidado. O médico só vai indicar esse procedimento se tiver certeza de que o emocional do paciente está preparado para mudanças drásticas.

Tratamentos sem cirurgia

É importante que a pessoa obesa compreenda que não existe tratamento para obesidade que seja milagroso. Todos vão demandar disciplina e dedicação. Existem, por exemplo, drenagens linfáticas, que são procedimentos não invasivos, que contribuem na redução de medidas. Contudo, são apenas aliados na transformação do corpo. Reduzir o inchaço é importante, mas a verdade é que a retenção e líquidos volta no dia seguinte, se não for tratada a raiz de sua existência.

É por isso que a base de um emagrecimento sem intervenção cirúrgica está em:

  • diagnóstico adequado;
  • reeducação alimentar;
  • atividade física;
  • acompanhamento emocional.

Esse tratamento é o mais indicado e mais eficiente em grande parte dos casos, esbarrando apenas na falta de apoio especializado. Em geral, para obter resultados sem precisar correr os riscos de uma cirurgia, é preciso investir em uma equipe multidisciplinar. Além do médico endocrinologista, o nutricionista, o educador físico e o psicólogo fazem parte dessa equação.

No tratamento sem cirurgia, após o diagnóstico do grau de obesidade e possíveis doenças associadas, será desenvolvido um cardápio de acordo as características do paciente. Se for hipertenso, por exemplo, além da quantidade de calorias, a quantidade de sódio nos pratos será menor. Para diabéticos, as frutas serão divididas na alimentação de forma a evitar os picos de glicemia. Para quem tem alterações hormonais, grupos alimentares serão priorizados.

Enquanto isso, a atividade física será determinada conforme o potencial inicial. Dores nos joelhos costumam ser muito comuns em obesos, portanto, os exercícios serão de baixo impacto, para não sobrecarregar as articulações. Da mesma forma, o ritmo será intenso, mas de acordo com as limitações de cada organismo. O trabalho é baseado em consistência, focando na saúde e nos resultados em longo prazo.

Para completar, o acompanhamento psicológico será definitivo para determinar e reduzir gatilhos que levam ao aumento de peso. Compreender a alimentação como fonte de energia e não de conforto é indispensável para reeducar a mente.

Quando os resultados do emagrecimento saudável surgem

Um dos grandes desafios na escolha do melhor tratamento para emagrecer é que todo mundo quer resultados imediatos. Em acompanhamentos sem cirurgia, a meta inicial é sempre a perda de 10% do peso corporal. Mas boa notícia é que a partir dos 5% eliminados já é possível sentir os resultados.

Para um homem que pesa 175kg, a meta final de perda de peso talvez seja de 90kg. No entanto, ao eliminar cerca de 9kg, sua saúde já será beneficiada. Apenas essa redução já vai diminuir o risco de doenças cardíacas e AVC, por exemplo. Dependendo de como o acúmulo de gordura é distribuído, será também a diferença entre conseguir amarrar o próprio calçado ou não.

No Hospital da Obesidade, esse emagrecimento sem intervenção cirúrgica é acompanhado de uma equipe multidisciplinar. São médicos, nutricionistas e outros profissionais guiando essa perda de peso de forma saudável. Assim, já nos primeiros dias de atendimento personalizado é possível perceber diferença no bem-estar e na qualidade de vida. Em longo prazo, os resultados são semelhantes e mais duradouros do que de uma bariátrica. E sem os riscos desse procedimento.

Para encerrar, é importante reforçar que os procedimentos invasivos representam opções importantes no tratamento da obesidade. Entretanto, são medidas extremas, de alto risco e que também demandam esforços. Apesar da popularização, não se tratam de milagres. É por isso que o acompanhamento médico e especializado é a opção mais segura para perder peso com saúde e em longo prazo. Com as medidas corretas, dá pra emagrecer sem cirurgia e manter esses resultados sem risco de voltar a engordar.

Para entender melhor como funciona o trabalho no Hospital da Obesidade nesse emagrecimento saudável, entre em contato! Estamos à disposição para explicar como nossa equipe está preparada para te ajudar a perder peso!

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Um comentário em “Tratamento da obesidade: conheça os principais procedimentos e indicações

  1. estou a mais de 5 anos sem conseguir diminuir meu peso, antes pesava 75kg. cheguei a 95 e fico no vai e vem entre 83 a 89 e nao saio disto.
    Como seria o tratamento e se meu caso voces atendem.
    Obrigadda rita

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